Projeto

Sempre Dalva

Galeria Digital Sempre Dalva

O Projeto

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Projeto Sempre Dalva

    O projeto Sempre Dalva nasceu de uma constatação incômoda: apesar dos mais de 60 anos de trajetória artística, contando a partir de 1961, ano em que Dalva vai para São Paulo estudar arte na Fundação Armando Álvares Penteado, quando jogamos o nome da artista no google, principal plataforma de pesquisa da internet planetária, os resultados que apareciam eram singelos e bastante aquém da real importância de Dalva para a arte mato-grossense e brasileira.

      Estava aí, então, o problema que deveríamos enfrentar e solucionar: migrar para o ambiente cibernético a carreira desta que é considerada a mãe das artes visuais mato-grossense.

      O edital “Conexão Mestres da Cultura” Marília Beatriz de Figueiredo Leite, lançado pela Secretaria de Estado de Cultura, Esportes e Lazer de Mato Grosso, no contexto da cruel pandemia da Covid-19, que tantas vidas interrompeu de forma abrupta e inexorável, algumas de artistas como Aldir Blanc, que emprestou seu nome para a Lei emergencial da cultura construída no Congresso Nacional, possibilitou perspectivas objetivas de solução para o problema.

      A atuação célere, corajosa, transparente e desembaraçada dos técnicos da SECEL/MT, orientados pelo Secretário Alberto Machado, o Beto Dois a Um, estimulou os artistas, produtores e gestores culturais a apresentarem seus projetos, dentre eles, este Sempre Dalva que teve, desde o início, o suporte de Adriângelo e Dorian Antunes, sobrinhos da artista.

      Tendo o projeto sido selecionado no edital, mãos às obras.

      Se o objetivo do projeto é migrar a carreira da artista para o ambiente cibernético, o objeto é uma galeria virtual que contenha o maior número de imagens possível de serem captadas de forma profissional num momento de restrições de acesso causado pela pandemia.

Começamos com uma longa entrevista com a artista, resguardados todos os cuidados de distanciamento, máscaras e álcool, quando Dalva estimou que produziu algo entre 1.200 e 1300 obras em sua carreira, fazendo, de memória, uma lista de colecionadores, alguns com muitas obras e outros nem tanto. A maioria deles foram depois foram contatados por telefone, ocasião em que fizemos um pequeno questionário sobre quantas obras da artista constavam do seu acervo particular, quais eram as datas dessas obras e, se possível, nos enviassem uma foto da peça.

      A maioria dos colecionadores que contatamos foram solícitos e ficaram felizes em colaborarem com o projeto, outros poucos, por razões pessoais que respeitamos, preferiram não abrir o acervo.

      Ao todo, o fotógrafo Fred Gustavos fotografou e catalogamos mais de 150 peças que depois de tratadas foram mostradas uma a uma para a Dalva em duas sessões de validação de informações catalográficas, como certificação da autoria, data de produção, dimensão e técnica e, ao final, 136 imagens de obras compõem esta primeira versão da Galeria Digital do projeto.

      Na montagem das salas de exposição, preferimos o caminho mais lógico e fizemos a divisão cronológica por década a partir de 1960/70 e chegando a contemporaneidade. No entanto, pela diversidade de temas e variedade de motivos abordados pela artista ao longo da sua carreira, são várias as possibilidades de curadoria, que podem ser desenvolvidas a partir deste primeiro trabalho de publicação das obras.

      Um prêmio para o visitante é que as duas sessões de validação com a artista foram gravadas em áudio e algumas peças expostas na Galeria Digital oferecem o raro prazer de ouvirmos os comentários da artista sobre as obras, o que revela muito sobre a Dalva e o seu processo criativo. Parte desses comentários estão também na guia podcast.

      Enfim, este projeto é o começo.

      A partir de agora, os apreciadores das artes plásticas, estudantes, professores, pesquisadores, colecionadores, quando buscarem Dalva de Barros nos sites de pesquisas certamente encontrarão um acervo básico e fundamental que permitirá conhecer um pouco dessa artista que já se situa entre os maiores nomes da história da arte Mato-grossense.

Mario Olimpio é o Produtor Executivo e Curador do projeto Sempre Dalva.

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